quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

LIÇÃO 9 - NÃO ADULTERARÁS



INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento continua atual porque o mundo está às avessas, dizendo "não" a tudo aquilo que Deus diz "sim” na sua Palavra, e "sim" a tudo o que a Bíblia diz "não". O resultado é o caos na família e na sociedade.
Nesta aula estudaremos o sétimo mandamento, que trata a respeito do adultério. Esse é um assunto bastante apropriado, principalmente nos dias atuais, nos quais a sociedade decidiu endeusar o sexo. Inicialmente identificaremos as implicações de uma sociedade sexualizada, em seguida, mostraremos que o adultério continua sendo pecado, e ao final, daremos orientações cristãs que conduzam ao arrependimento, e a uma vida de santidade na vida sexual.

1. SOCIEDADE SEXUALIZADA
Embora a palavra sexo não seja mencionada na Bíblia, o tema ocupa um espaço muito amplo nessa coleção de documentos, e tudo o que há de bom e de ruim relacionado a isso é descrito de forma explícita. Os hebreus não eram um povo puritano. Na verdade, eram um povo do vinho, das mulheres e da canção. Confinar o sexo dentro do casamento exigia a instituição do concubinato, que, de modo geral, tinha regras muito frouxas, portanto o ideal (da Criação) de um homem para uma mulher na prática quase nunca teve efeito. Apenas as mulheres estavam limitadas a um único homem. O ideal original de Gn. 1.26-28 era que houvesse uma união entre um homem e uma mulher e que essa união tivesse o propósito da procriação, pois era obrigação deles “frutificar e multiplicar”. JESUS aprovou o plano original como sendo parte do esforço contra o abuso (Mt. 19.4.8).
A virgindade antes do casamento era fator crucial para mulheres no Antigo Testamento, mas aparentemente não era respeitada para homens. Isso ajudava a evitar a confusão das linhagens familiares e, em sua essência, servia aos mesmos propósitos das leis contra o adultério.
Deus criou o ser humano para o sexo, negar essa dádiva divina não é bíblico. Na verdade, antes mesmo da Queda, o Senhor orientou Adão e Eva para que “fossem fecundos” (Gn. 1.28). O livro bíblico de Cantares, geralmente alegorizado, reporta a beleza do sexo no casamento (Ct. 1.2-16). O ato sexual, no contexto geral das Escrituras, deve existir dentro do casamento (Pv. 5.15-19). Para o escritor da Epístola aos Hebreus, o matrimônio e o leito sem mácula devem ser considerados (Hb. 13.4). No casamento, o sexo é devido aos cônjuges, de modo que o marido e a mulher devem se entregar um ao outro, também evitando que o outro venha a pecar (I Co. 7.3).  Isso deve ser levando em conta porque o sexo é uma necessidade, e se realizado dentro do casamento é uma benção de Deus. Contudo, por causa da natureza pecaminosa, o ser humano tem uma propensão para desvirtuar os projetos de Deus. Assim, o sexo, que deveria ser para o prazer, e também procriação, acabou fugindo do seu objetivo. Por isso, Na Antiga Aliança, Deus proibiu o adultério, sendo este punido com a morte (Lv. 20.10). A intenção desse mandamento é proteger a família, evitando que os cônjuges se entregam à devassidão, comprometendo a felicidade no lar. A cultura da sexualidade, que se propaga na sociedade moderna, está destruindo muitos casamentos. A mídia explorada demasiadamente a sexualidade, transformando-a não em Eros, como destacou C. S. Lewis, mas em Vênus. A ênfase exagerada que é posta no sexo, o transformou em algo irresponsável, objetivando apenas o prazer. A psicologia materialista moderna nivelou os seres humanos a simples animais, que não buscam outro interesse na vida a não ser o prazer sexual..

2.  O PECADO DO ADULTÉRIO

Por causa da ênfase no sexo como um fim em se mesmo, o adultério está se alastrando na sociedade. O número de casamentos desfeitos por causa desse pecado tem aumentado consideravelmente. Nesses últimos tempos, com o advento das mídias sociais, a adultério está sendo semeado através da internet. Os recursos das redes sociais, caso sejam usados indevidamente, sem as devidas precauções conjugais, podem contribuir para o adultério. O acesso à pornografia também tem causado estragos em vários relacionamentos conjugais. Há cônjuges que estão viciados nessa prática, e por causa dela estão idealizando o ato sexual. A pornografia é perigosa porque vicia, e ao invés de levar a pessoa a querer sempre mais, como acontece com os outros tipos de vícios, faz com que queiram cada vez mais o diferente. Por causa disso, pessoas que se iniciaram na pornografia, vendo imagens que consideravam simples, findaram em experiências horrendas. É perigoso se deixar levar pela luxúria, por causa dela muitos perderam não apenas a vida, mas também a alma (Pv. 6.25,26). Há homens e mulheres que estão brincando com fogo, achando que uma aventura não fará mal ao casamento (Pv. 6.27). Muitos que decidiram apenas “se divertir por um pouco” acabaram em desgraça e vergonha (Pv. 6.33,33). Até mesmo o rei Davi, por deixar de vigiar nessa área, pecou contra o Senhor (II Sm. 11.2). Os homens devem ter cuidado com os olhos, pois é possível que através deles venha o adultério (II Pe. 2.14). Como Jó, devem fazer um concerto com eles, para não coloca-los em mulheres que possam desvirtuá-los da fé (Jó. 31.1). O investimento na sexualidade sadia, dentro do casamento, previne o pecado do adultério (Pv. 5.15-20). Não devemos esquecer que o casamento é um mistério, homem e mulher se tornam uma só carne no ato conjugal (Ef. 5.31,32). Aqueles que entregam seu corpo a outro, que não seja o seu cônjuge, estão profanando o templo do Senhor (I Co. 6.13,15).
O termo adultério é empregado nas Escrituras para designar relação sexual, com consentimento mútuo, entre um homem, casado ou solteiro, e a esposa de outro homem. Semelhantemente, o termo é usado para descrever o relação sexual, com consentimento mútuo, entre uma mulher casada e um homem que não seja seu marido.
O termo  usado no NT para descrever o conceito expresso pelo termo nã’aph, ou “adultério” no AT. No antigo Israel, o significado primário do termo era o ato físico de infidelidade conjugal. Entretanto, gradualmente o termo foi empregado para designar adoração idólatra e falta de fidelidade para com DEUS. O significado do ato e as conotações do termo parece ter-se aprofundado e ampliado com o tempo.
No antigo Israel, o adultério era expressamente proibido (Ex 20.14; Dt 5.18) e era punível com a morte (Lv 18.20; 20.20; Dt 22.22-24). Em poucas nações, tais como a França, a legislação, mesmo no século 20, prescreve que o adultério seja considerado crime. Em 1955, o Instituto Americano de Leis decidiu não incluir a infidelidade conjugal em seu modelo de código penal.
Nos primórdios da história de Israel, o ato físico do adultério era severamente condenado. A morte, aparentemente por apedrejamento, era a punição prescrita, tanto para homens como para mulheres apanhados em adultério. A pena de morte era aplicada no caso de adultério cometido não somente pelas mulheres casadas, mas também as que fossem noivas ou comprometidas (Lv 20.10; Dt 22.22-25).
A legislação judaica requeria que o adultério fosse claramente comprovado (Jo 8.4 e a Mishna Sota I, 4; V, 1 e VI, 1 e 25). Se uma esposa fosse acusada de adultério, tinha de provar sua inocência, mediante o ritual da “água amarga” (Nm 5.11-30 e Mishna Sota I, 4 e VI, 25). Esse ritual não era prescrito para todas as mulheres acusadas de adultério em Israel, mas somente para as israelitas legítimas. No ritual, a mulher tinha de beber uma porção inócua de água purificada, misturada com o pó do chão do Templo (ou tabernáculo) e com a tinta usada para escrever o juramento recitado pela mulher durante o ritual. Se a acusada fosse inocente, supostamente a ingestão da poção não lhe causaria nenhum dano. Este processo era realizado diante do Sinédrio (Sotah I, 4); exigia-se a presença de duas testemunhas do suposto ato de adultério, antes da mulher ser convocada. Se a mulher fosse considerada culpada com base em provas circunstanciais, o marido era compelido a se divorciar e a acusada perdia todos os direitos provenientes do casamento. Além do mais, a adúltera não tinha permissão de casar com o amante {Sotah, V, 1). Originalmente, esse tipo de julgamento era destinado a mulheres culpadas, mas aos poucos foi sendo abolido devido ao relaxamento moral entre a população masculina de Israel. Por volta do ano 30 d. C., a pena de morte por adultério caiu em Israel, juntamente com outras formas de pena capital.
Além disso, o primeiro significado do termo adultério foi usado no AT para descrever o culto idólatra e apostasia da religião (Is 57.3; Jr 3.8,9; Ez 23.43). Oséias descreveu Israel como a mulher adúltera de Yahweh, devido à sua apostasia religiosa (Os 2.2).
No NT, CRISTO enfatizou o ensino de que o pensamento pecaminoso ou adúltero era equivalente ao ato do adultério. Alguns acreditam que esses ensinos, e outros similares, mostravam que ele concordava com a interpretação mais estrita da lei, corrente em seus dias (Mt 5.17). CRISTO também ensinou que, sob certas circunstâncias, o casamento dissolvido pelo divórcio culminava em adultério (5.27-32). O adultério é mencionado no NT como um dentre vários pecados, que, na falta de arrependimento, excluiriam o indivíduo do Reino de DEUS (I Co 6.9; G1 5.19-21). O adultério foi proibido por CRISTO (Mt 19.3-12; Jo 8.4) e pela Igreja Primitiva. Advertências severas eram feitas aos ofensores, para que tais práticas não se repetissem (I Co 5.6). Além disso, o adultério espiritual, ou a conformação do cristão com o sistema do mundo, ou de religiões não cristãs, é claramente proibido no NT (Tg 4.4; Ap 2.20-23).
Tanto no Antigo, como no Novo Testamento, o adultério é expressamente proibido, no sentido físico e espiritual.

3. NÃO ADULTERARÁS

O adultério está se tornando cada vez mais natural, em alguns contextos pós-modernos chega a ser motivado, como demonstração de uma suporta liberdade sexual. Antigamente a prática do adultério era criminalizada pelo código jurídico brasileiro. Para Jesus o adultério continua sendo pecado, ele ampliou seu alcance ao explicar que se alguém cobiçar uma mulher em seu coração cometeu adultério com ela (Mt. 5.27,28). Na medida em que deixam de atentar para as palavras do Senhor, as pessoas acabam se acostumando com a infidelidade conjugal. Existem até aquelas que justificam seu pecado, argumentando que “a carne é fraca”. É bíblico que a carne é fraca (Mt. 26.41), mas também que é preciso andar no Espírito (Gl. 5.16). Quanto mais investimos no Espírito, menos propensos nos tornamos ao controle da carne. Aqueles que estão envolvidos nesse tipo de pecado precisam se arrepender e buscar o perdão. Como Davi, devem reconhecer que estão distanciados de Deus e que pecaram contra o Senhor (II Sm. 12.13). A confissão do pecado de Davi se encontra no Sl. 51, nesse texto bíblico o monarca abre seu coração, e clama pelo perdão e misericórdia divina. A igreja de Corinto se encontrava em uma sociedade não muito deferente da que nos encontramos atualmente. Por causa disso, estava vulnerável à carnalidade. Paulo reconheceu que entre eles haviam muitos que vinham de experiências sexuais pecaminosas. Mas essas pessoas, depois que se arrependeram, e se voltaram para o Senhor, foram justificadas no nome do Senhor Jesus (I Co. 6.11).

CONCLUSÃO

Há esperança para aqueles que se entregaram ao pecado do adultério, certa mulher foi flagrada nesse tipo de transgressão. Os acusadores quiseram apedrejá-la, mas Jesus interviu em seu favor, perdoando os seus pecados. As palavras do Senhor, para aquela mulher adúltera, se aplicam àqueles que se arrependem: “nem eu tampouco de condeno, vá e não peques mais” (Jo. 8.10,11). Portanto, para alcançar a misericórdia do Senhor é preciso confessar o pecado e abandoná-lo (Pv. 28.13).

BIBLIOGRAFIA

RYKEN, P. G. Os dez mandamentos para os dias de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Hagnos
ESEQUIAS, Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante MudançaEditora CPAD

Nenhum comentário:

Postar um comentário